VOCÊS PODEM SE SEPARAR E AINDA ASSIM SE GOSTAR
Aconselhando casais há quase 30 anos, sou testemunha de como relações que nasceram de forma bonita e cresceram de forma sofrível, podem terminar de maneira dramática. Sim, são cada vez mais raros os casos de casais que se separam e ainda se gostam como pessoas, sobretudo levando-se em consideração que um dia eles repartiram a mesma casa, a mesma cama, os mesmos sonhos, dramas e alegrias. Separação, normalmente, é um trauma na vida, há estudos que relacionam as dores produzidas pelo fim de relacionamentos conjugais com sequelas de traumas gerados pela guerra. Uma separação é uma amputação, as marcas permanecerão por toda a vida, sobretudo, se há filhos envolvidos, pois você pode deixar de ser cônjuge de alguém, mas jamais deixará de ser pai ou mãe dos filhos gerados pela união. Em síntese, as pessoas podem se separar, mas terão de conviver para sempre. E é justamente aí que reside o problema. De forma recorrente, sou testemunha de como o fim de um relacionamento pode se tornar cem vezes pior do que deveria ser. Separações litigiosas, que envolvem bens, separações fruto de traições, separações amargas, onde há violência física ou emocional, separações marcadas pelo ódio, onde os cônjuges fazem juras de vingança, e tudo isso sobre o olhar atento de filhos que, não raro, são ainda crianças ou adolescentes, sem qualquer estrutura existencial para lidar com tais problemáticas, são cada vez mais normais em nosso tempo. Eu sei que há situações onde a dor é tão intensa que a mente para de raciocinar, mas sei também que o tempo realiza milagres, um novo amor inaugura uma primavera na vida, pois bem diz o poeta: “O amor tem feitos coisas, que até mesmo Deus duvida, já curou desenganados, já fechou tantas feridas”. Se você tem que se separar, separe-se, mas tente deixar o outro seguir com sua vida, você não precisa se tornar inimigo de quem já beijou na boca, de alguém que já te tocou a alma. De minha parte, dentro do possível, tento convencer casais a aprenderem a curar as feridas que produzem, mas não advogo a convivência insalubre em nome da “moral cristã” e da defesa da “família”. Pelo contrário, em algumas situações, indico a separação como o caminho de saúde para o ser, sabendo que terei de responder diante de Deus por tais conselhos. Mas eu estou certo que toda relação que termina, do ponto de vista da conjugalidade, pode ser o ponto de partida para uma boa amizade, sobretudo se há filhos envolvidos. Eu sei que o perdão pode fazer coisas impensáveis, uma ex-mulher pode ser uma boa amiga, e um ex-marido pode ser um bom companheiro. De fato, o amor conjugal pode, sim, acabar, mas o amor de uma pessoa por outra pode durar a vida toda, basta você semeá-lo no coração e regá-lo com gratidão e respeito... CM
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Margareth Anselmo
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